Parece que a esperada encíclica do Papa Francisco sobre o meio ambiente está finalmente pronta. Prevista para sair entre o fim de junho e o meado de julho deste ano, o documento está neste momento sendo traduzido para vários idiomas. Recentemente o Papa Francisco recebeu o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, durante um seminário científico sobre a proteção ambiental organizado no Vaticano e titulado “Proteger o Planeta, Tornar Digna a Humanidade” organizado pela Academia Pontifícia das Ciências. Depois de seu encontro com o papa que disse que “ciência e religião estão juntos no tema das mudanças climáticas”, Ban Ki-moon disse: “Espero com impaciência a encíclica do papa Francisco, a ciência e a religião não têm posições opostas sobre as alterações climáticas”. O secretário-geral das Nações Unidas aproveitou o ensejo para congratular o papa e a Igreja Católica por “chamar a atenção para a necessidade urgente de promover um desenvolvimento sustentável”.
O jornal britânico “The Guardian”, num recente artigo sobre a futura encíclica disse: “Que a próxima encíclica do papa Francisco pode gerar novas controvérsias dentro e fora da Igreja Católica”. O jornal menciona como um exemplo, o Cardeal George Pell, Prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano, que tem se mostrado cético em relação à mudanças climáticas, e a possível oposição dos grupos evangélicos norte-americanos, também críticos quanto ao real embasamento científico das mudanças climáticas. Em seu artigo “The Guardian” cita o Arcebispo argentino Dom Marcelo Sanchez Sorondo, Chanceler da Pontifícia Academia das Ciências no Vaticano que declarou que o papa espera influenciar a reunião da ONU prevista para acontecer em Paris no segundo semestre deste ano para “conscientizar todas as pessoas sobre a situação do nosso clima e sobre a tragédia da exclusão social”.
A expectativa de muitos católicos é de que a Encíclica vá além dos posicionamentos básicos, trazendo orientações práticas para as paróquias, dioceses e as outras instituições eclesiais. A Encíclica deve exigir respeito: pelo meio ambiente e pelo povo (saúde, escravidão, imigrantes etc.), pelos animais e vegetais, pela água (poluição e desperdício), pelos ecossistemas, pelo o ar (poluição causada pelas indústrias e veículos usando combustível altamente nocivo a saúde), e pela alimentação saudável etc. O documento deve alertar contra o perigo do desmatamento (desertificação), da extinção de várias espécies, do uso de certos tóxicos e pesticidas, do uso de certos produtos químicos utilizados na limpeza doméstica etc. etc.