A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou nesta quinta-feira, 22 de junho, que o Papa Francisco autorizou a promulgação do decreto que reconhece as virtudes heróicas do Servo de Deus Dom Antônio de Almeida Lustosa, que foi arcebispo de Fortaleza (CE). Agora, o bispo salesiano brasileiro torna-se venerável.
Na audiência em que o Papa Francisco recebeu o prefeito do Dicastério para a Causa dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, também foi autorizada a promulgação do decreto que torna venerável a Irmã Lúcia, guardiã do “terceiro segredo” de Fátima.
Francisco reconheceu as virtudes heroicas de outros três servos de Deus e o martírio de dez sacerdotes e dez leigos da arquidiocese de Sevilha, mortos durante a Guerra Civil Espanhola em 1936: eles serão proclamados Beatos.
Dom Antonio de Almeida Lustosa, 2º arcebispo de Fortaleza
Antônio de Almeida Lustosa nasceu em 11 de fevereiro de 1886 de uma família da burguesia de São João del-Rei, em Minas Gerais. Dos pais, aprendeu o espírito de sacrifício e o valor do trabalho. Os salesianos tinham aberto fazia pouco um internato – o Colégio Dom Bosco – em Cachoeira do Campo (MG).
Antônio ali foi aos 16 anos. Dois anos depois, decidiu tornar-se salesiano. Distinguiu-se por penetrante inteligência e por real empenho na vida religiosa. Aos 26 anos já era ordenado sacerdote. Foi feito mestre de noviços, e também diretor (em Lavrinhas, no estado de São Paulo), sendo encarregado da formação dos aspirantes salesianos, dos estudantes salesianos de Filosofia e também de Teologia. Além de ensinar, formava ao apostolado salesiano numerosos clérigos, animando, com a ajuda deles, as paróquias e os oratórios nas cidadezinhas próximas.
Em 1925, foi eleito bispo de Uberaba (MG). Achou o seminário praticamente vazio: depois de um ano tinha no ginásio perto de 30 seminaristas. Interessou-se pelos excluídos, fazendo sua a urgência da justiça social. Não haviam passado sequer quatro anos, foi transferido a Corumbá, no hoje Mato Grosso do Sul, sede maior e com maiores dificuldades para a evangelização. Após dois anos, foi nomeado arcebispo de Belém do Pará (PA), onde ficou dez anos, prodigalizando-se com a mesma generosidade de sempre.
Em 1941, foi transferido à sede de Fortaleza, no Ceará, onde pastoreou por 22 anos, vivendo intensamente o “Da mihi animas” de Dom Bosco. Convencido de que a primeira evangelização consiste no redar dignidade às pessoas e famílias mais pobres, fundou ambulatórios, o hospital São José, escolas populares gratuitas e círculos operários. Inaugurou a “Sopa dos pobres” e os Serviços Sociais da Arquidiocese. Sem nunca esquecer o pastoreio das almas, deu vida ao Pré-Seminário, ao Santuário “Nossa Sra. de Fátima” e à ‘Rádio Assunção Cearense’. Para dar assistência às famílias do campo fundou a Congregação das ‘Josefinas’.
Dom Antônio foi um escritor prolífico nos setores mais variados: teologia, filosofia, espiritualidade, hagiografia, literatura, geologia, botânica. Também é ressaltado o seu senso de humor e apreciada a habilidade no campo artístico: são seus os vitrais da Catedral de Fortaleza.
Em 1963, se retirou à Casa salesiana de Carpina (PE), onde transcorreu os últimos 11 anos de vida e onde aos 14 de agosto de 1974 entregou a sua alma a Deus. Seu corpo repousa na Catedral de Fortaleza.
Dom Antônio de Almeida Lustosa agora é “Venerável Servo de Deus”.
Com informações de Vatican News