Por trinta moedas de prata, Jesus está sendo negociado por um de seus discípulos. Na casa de um amigo, Jesus come a Páscoa com os Apóstolos. A refeição, que poderia transcorrer em clima descontraído e cordial, torna-se ocasião de forte tensão entre todos. É que Jesus lhes revela que um deles vai entrega-lo aos chefes do povo. Eles ficaram muito tristes e um por um começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu”? A tristeza apodera-se deles, quando o traidor foi apontado pelo próprio Jesus: foi Judas Iscariotes.
Foi o nosso pecado que causou a morte de Jesus. Convém lembrar que o nosso pacto com o pecado é que provoca o sacrifício de Jesus. É o mistério pascal, composto pela paixão, morte e ressurreição de Jesus, que vamos contemplar e meditar nos próximos dias, à medida que estivermos celebrando as últimas ações terrenas de Jesus.
Neste último dia que antecede o início do Tríduo Pascal, que tem início amanhã, quinta feira santa, o evangelho narra a traição de Judas, conforme o evangelista Mateus. Na terça feira santa já tinha sido narrada esse mesmo fato pelo evangelista João. Isso demonstra como, para a Igreja, a tradição de um dos doze tem um significado muito importante. Judas, que foi escolhido por Jesus, conviveu com ele durante três anos, vendo seus milagres, escutando suas palavras, observando deu testemunho, e mesmo assim o traiu.
A consequência deste fato é que ninguém pode sentir-se plenamente “segura” no seu seguimento de Jesus. Isto deve nos fazer reconhecer que a força do mal e do pecado está no nosso coração e que carregaremos esta tendência até o momento da nossa morte. Por isso, neste dia, de forma especial, escutemos as palavras de Jesus, que diz: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”. Os apóstolos ficaram tristes e com medo porque Jesus ia ser traído. Nós também precisamos ter esse medo de ser infiel, de renegar e abandonar Jesus. Para continuar fiel, precisamos pedir sempre que Eles nos ajudem; sem sua ajuda, nada possamos garantir.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald – Redentorista