Papa no Angelus: "Entregar-se ao Senhor é viver na graça"


 


Antes de rezar o Angelus com os fiéis, o Papa refletiu sobre o início da missão pública de Jesus, quando, nas Bodas de Caná, transformou a água em vinho: o primeiro milagre do Mestre.


 


Cristiane Murray – Cidade do Vaticano


Apesar do chuvoso domingo do inverno romano, o Papa atraiu à Praça São Pedro milhares de pessoas para ouvi-lo e rezar com ele a oração mariana do Angelus.


Ao meio-dia, Francisco apareceu na sacada de seu escritório e depois de cumprimentar os fiéis, fez uma reflexão sobre o início da missão pública de Jesus, que caracteriza o tempo litúrgico ‘comum’.


Bodas de Jesus com a humanidade


O Evangelho do dia narra o primeiro milagre de Jesus, seu primeiro ‘sinal’ – como diz o Evangelista João – que ocorreu nas bodas de Caná, na Galileia. E não foi um caso que tenha se realizado num matrimônio – explicou o Papa – porque naquela cerimônia, Deus se casou com a humanidade: esta é a Boa Notícia, mesmo se aqueles que o convidaram ainda não sabiam que o Filho de Deus estava sentado à sua mesa e que o verdadeiro esposo era Ele.


“De fato, todo o mistério do sinal de Caná se baseia na presença deste divino esposo que começa a revelar-se. Jesus se manifesta como esposo do povo de Deus, anunciado pelos profetas, e nos revela a profundidade da relação que nos une a Ele”


“ É uma nova Aliança de amor ”


O Papa prosseguiu com o relato da festa, que justamente quando estava no auge, o vinho acabou! Percebendo, Maria disse ao Filho: “Eles não têm mais vinho”. A água é necessária para viver, mas o vinho exprime a abundância do banquete e a alegria da festa. Como é possível celebrar as núpcias e fazer festa se falta aquilo que os profetas indicavam como um elemento típico do banquete messiânico?


Jesus transforma a água em vinho


Jesus então disse aos serventes: “Enchei as ânforas de água. E as encheram até a borda. Disse-lhes novamente: “Agora tomai algumas e levai-as àquele que dirige o banquete”. Maria se dirige aos empregados e suas palavras coroam o quadro esponsal de Caná: “Façam o que Ele lhes disser”.


Maria – recordou o Papa – nos repete hoje a mesma coisa: “Tudo o que Ele lhes disser, façam-no”. Suas palavras são um legado precioso que a nossa Mãe nos deixou.


Maria confia nas palavras do Mestre e intercede por nós


“Servir o Senhor significa escutar e pôr em prática a sua palavra. É a recomendação simples e essencial da Mãe de Jesus, é o programa de vida do cristão. Para cada um de nós, beber daquela ânfora equivale a entregar-se à Palavra e aos Sacramentos para experimentar a graça de Deus em nossa vida”.


Terminando, o Papa improvisou algumas palavras, destacando uma experiência que certamente muitos já tiveram na vida:


“Quando estamos em situações difíceis, quando surgem problemas que não sabemos como resolver, quando muitas vezes sentimos ansiedade e angústia, quando nos falta alegria, vamos a Maria e digamos: “Não temos vinho. O vinho acabou: olha como eu estou; olha para o meu coração, olha para a minha alma”. Digam-no à mãe. E ela irá a Jesus e dirá: “Olha ele, olha ela: eles não têm vinho”. depois, ela virá a nós e dirá: “Tudo o que ele te disser, faça-o”.