Cidade do Vaticano
Como nos anos anteriores, o Papa Francisco vai presidir nesta quinta-feira, à Santa Missa na Basílica Vaticana, a partir das 18h locais (14h no horário de Brasília) por ocasião da festa de Nossa Senhora de Guadalupe. A Rádio Vaticano/Vatican News transmitirá a cerimônia ao vivo, com comentários em português.
“Trata-se de uma festa muito amada pelo Papa Francisco e particularmente evocativa para os latino-americanos”.
Como nos anos anteriores “será uma ocasião preciosa para colocar no coração da Mãe os melhores anseios de solidariedade e fraternidade, de paz, justiça e felicidade na vida dos nossos povos e nações e para confiar a Ela as intenções do nosso querido Santo Padre Francisco.”
Na missa celebrada em dezembro de 2016, o Papa recordou que o continente americano assiste ao desencanto dos jovens:
“Como é difícil exaltar a sociedade do bem-estar quando vemos que o nosso querido continente americano se acostumou a ver milhares e milhares de crianças e jovens de rua mendigar e dormir em estações de trem e metrô, ou em qualquer lugar que encontram. Crianças e jovens explorados em trabalhos clandestinos ou obrigados a procurar trocados nas esquinas, limpando vidros dos carros e sentindo que não há lugar para eles no ‘trem da vida’”.
Já na missa no ano passado Francisco na sua homilia falou de Maria, ‘pedagoga do Evangelho’, que caminhou e cantou nosso Continente e, assim, a Guadalupana não é somente recordada como indígena, espanhola, hispana ou afro-americana. Simplesmente é latino-americana.”
Maria, primeira “pedagoga do Evangelho”
“Maria nos ensina que, na arte da missão e da esperança, não são necessárias tantas palavras nem programas, seu método é muito simples: caminhou e cantou”, disse o Santo Padre após evocar o Magnificat, através do qual Maria se torna a primeira “pedagoga do Evangelho”, e nos recorda as promessas feitas a nossos pais e “nos convida a cantar a misericórdia do Senhor”.
Caminhar e cantar
Com os dois referidos verbos, caminhar e cantar, o Papa desenvolveu a homilia da celebração evidenciando a figura da Virgem Santa nos Evangelhos e, particularmente, sua presença na vida dos povos latino-americanos.
“Caminhou ao Tepeyac para acompanhar Juan Diego e continua caminhando no Continente quando, por meio de uma imagem ou estampa, de uma vela ou de uma medalha, de um Terço ou Ave-Maria, entra numa casa, na cela de um cárcere, na sala de um hospital, num albergue de anciãos, numa escola, numa clínica de reabilitação… para dizer: ‘Não estou eu aqui, que sou tua mãe?’”
Em Seguida, falou das muitas aprendizagens que podemos obter da “escola de Maria”, na qual “aprendemos a estar em caminho para chegar aonde devemos estar: ao pés e de pé diante das muitas vidas que perderam, ou à quais roubaram, a esperança”, frisou.
Sacralidade da vida e respeito pela criação
“Na escola de Maria aprendemos a caminhar pela cidade e nos alimentamos o coração com a riqueza multicultural que habita o Continente; quando somos capazes de escutar esse coração recôndito que palpita em nossos povos e que custodia – como um pequeno fogo sob aparentes cinzas – o sentido de Deus e de sua transcendência, a sacralidade da vida, o respeito pela criação, os laços da solidariedade, a alegria da arte do bem viver e a capacidade de ser feliz e fazer festa.”
Maria caminha carregando a alegria de quem canta as maravilhas que Deus realizou com a pequenez de sua serva, disse ainda Francisco, acrescentando que “na escola de Maria aprendemos que sua vida está marcada não pelo protagonismo, mas pela capacidade de fazer com que os outros sejam protagonistas. Brinda a coragem, ensina a falar e, sobretudo, anima a viver a audácia da fé e da esperança”.