O 4º Communicare traz uma homenagem ao Beato Manuel Lozano Garrido, patronos dos jornalistas, beatificado por Bento XVI em 2004.
“Fiel leigo que soube irradiar em seu exemplo e seus escritos o amor a Deus, inclusive entre as enfermidades que o sujeitaram a uma cadeira de rodas durante quase 25 anos. Ao final de sua vida perdeu também a vista, mas continuou ganhando os corações para Cristo com sua alegria serena e sua fé inquebrantável. Os jornalistas poderão encontrar nele um testemunho eloquente do bem que se pode fazer quando a pena reflete a grandeza da alma e se coloca a serviço da verdade e das causas nobres” Papa Bento XVI – 13 de junho de 2010. Manuel Lozano Garrido, Lolo, nasceu em Linares – Espanha – em 1920. Aos 22 anos ele ficou numa cadeira de rodas devido a uma paralisia progressiva. A sua imobilidade foi total e nos seus últimos nove anos ficou cego. Lolo foi um jovem secular, um cristão que levou a sério o Evangelho. Manteve sempre a alegria no seu constante sorriso. Homem do sofrimento, foi semeador da alegria nas centenas de jovens e adultos que se aproximavam dele em busca de um conselho.
Lolo foi um jovem amante dos esportes e da natureza, muito alegre nas suas travessuras infantis e, na sua juventude, transbordava de alegria. Formou-se apóstolo na Ação Católica. Na Ação Católica aprendeu a amar com loucura a Virgem Maria e, ao longo dos seus vinte e oito anos de escritor e jornalista inválido, escreveu-lhe belíssimas páginas cheias de amor e ternura filial. Na Ação Católica adquiriu seu fervor eucarístico que vai acompanhá-lo por toda a vida. Um dia, estando já paralítico, na varanda de sua casa que ficava em frente à Igreja que estava com as portas abertas, parou de escrever e disse: “Agora, frente a frente com o sacrário, vou escrever, com Ele, um parágrafo.”
Na adolescência ele levava a Eucaristia clandestinamente aos prisioneiros durante a Guerra Civil Espanhola. Passou a noite inteira de quinta-feira Santa na prisão adorando o Santíssimo Sacramento na Eucaristia que lhe tinham dado escondido num ramo de flores. A Eucaristia é, para Lolo, fortaleza na sua debilidade, alegria no seu sofrimento, fonte na sua inquietação apostólica e manancial para a sua escrita. E é tal a sua invalidez que no dia a dia vai perdendo todos os seus movimentos. O seu corpo converte-se numa massa retorcida de ossos doloridos, mas nunca se queixa nem fala de si mesmo. No entanto quando perde o movimento da mão direita, aprende a escrever com a mão esquerda.
Quando também a mão esquerda se paralisa, fala e dita para um gravador, convertendo-se assim, num escritor e jornalista a partir da cadeira de rodas. Quando ainda podia mexer os dedos deram-lhe uma máquina de escrever. A primeira frase que escreveu: “Senhor, obrigado por esta máquina. Que o Teu Nome seja sempre a força da alma desta máquina… que a Tua Luz e transparência esteja sempre na mente e no coração de todos aqueles que trabalharem com ela, para que o que se faça com ela seja nobre, limpo e transmita esperança.”
Imóvel a partir de sua cadeira de rodas, Lolo funda o Sinai – grupos de oração através da imprensa. Cada grupo de 12 doentes e um convento de clausura tomam sobre si o “cuidado espiritual” da imprensa. Como Moisés, que orava de braços levantados no monte Sinai para ajudar Israel, todos os doentes, que não podiam levantar os seus braços nem andar com seus pés, convertem-se em apoio para os jornalistas. Morreu no dia 3 de novembro de 1971 e no dia 12 de junho de 2010 celebrou-se a sua Beatificação, tendo presentes as suas irmãs: Lucia e Expectacion.
Por: Pascom Regional
Fonte: Breviário Communicare