O primeiro Mutirão Brasileiro de Comunicação foi realizado em 1998, em Belo Horizonte. Passadas onze edições e vinte três anos de sua realização, o evento volta à capital mineira em um formato totalmente on-line. Vanusa Linhares, assessora de comunicação e agente de Pastoral da Comunicação na diocese de Itapipoca, no Ceará, participou de nove edições e compartilha a experiência vivida ao longo deste tempo e registros fotográficos. Os encontros e reencontros presenciais ainda não serão possíveis, mas o evento segue cumprindo a sua missão de ajudar na formação dos comunicadores.
Mutirão: De quantos e quais Mutirões você participou?
Vanusa Linhares: Dos onze mutirões de comunicação, participei de 9 edições. Belo Horizonte (1998), São Paulo (2000), Salvador (2003), Guarapari (2005), Belém (2007), Natal (2013), Vitória (2015), Joinville (2017) e Goiânia (2019). Entre os anos de 2009 e 2012, estive ausente para cuidar da saúde e fazer uma nova experiência, depois de 11 anos à frente da Pascom da Diocese de Itapipoca. No segundo semestre de 2012, voltei e assumi novamente a coordenação diocesana da Pascom e retomei a participação nos eventos.
Mutirão: O que mais lhe marca nos Mutirões? Relate um fato que mais tenha me marcado.
Vanusa Linhares: O mais marcante nos mutirões são os encontros e reencontros com tantas pessoas que se tornaram companheiras de caminhada da comunicação na Igreja e que além de companheira de sonhos e lutas da comunicação, se tornam amigas. Um dos fatos que mais me marcou aconteceu no 5º Mutirão, em Belém, quando eu era coordenadora do Regional Nordeste 1 e fui convidada a falar da experiência do Regional e de minha Diocese. Naquele ano estávamos vivendo em Itapipoca o Ano da Comunicação em preparação aos 10 anos da Pascom Diocesana. Como eu era muito tímida, eu tremia de medo de falar para tanta gente e de todo o Brasil. Motivada pelo Francisco Morais, na época presidente da UCBC – União Cristã Brasileira de Comunicação, criei coragem e, com voz trêmula, falei da minha paixão pela Pascom. Naquele período me incomodava o fato de nós pasconeiros não termos um projeto nacional. Coloquei um pouco das dificuldades que encontrei quando Dom Benedito Francisco de Albuquerque, bispo diocesano à época, e eu iniciamos a Pascom na Diocese de Itapipoca. Em 1998 não sabíamos como a Pascom das outras dioceses trabalhavam. Foi aí que questionei: “Por que não realizamos encontros nacionais para trocarmos experiências, como fazem as outras pastorais”? A partir daí, foi realizado dentro do Muticom uma reunião com todos os coordenadores diocesanos que estavam presentes para amadurecer a ideia. Foi aí nasceram os encontros nacionais da Pascom.
Mutirão: Qual a importância do Mutirão para a formação dos comunicadores?
Vanusa Linhares: Vejo os mutirões de comunicação como uma fonte, onde nós comunicadores católicos saciamos nossa sede. Cada um traz reflexões sobre os diversos aspectos da comunicação e nos ajuda a nortear nosso trabalho em nossas dioceses, paróquias e comunidades. É também um espaço de partilha de saberes e de experiências. Percebemos que não estamos sozinhos, pois também partilhamos nossas dificuldades e alegrias. É importante salientar que o Muticom reúne agentes de pastorais, bispos, sacerdotes, diáconos, profissionais e pesquisadores da comunicação, por isso a cada mutirão voltamos mais abastecidos, animados e felizes para dar continuidade ao nosso trabalho.