Guadalupe foi uma das primeiras colaboradoras leigas de São Josemaría Escrivá de Balaguer na direção do Opus Dei.
Manoel Tavares – Cidade do Vaticano
O Cardeal Giovanni Angelo Bécciu, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu em Madri na manhã deste sábado (18/5) à Beatificação de Guadalupe Ortiz de Landázuri, primeira leiga do Opus Dei.
Biografia
Guadalupe, nascida em Madri, em 1916, foi uma das primeiras mulheres leigas, que seguiu São Josemaría Escrivá de Balaguer, que, em 1930, iniciou o Apostolado do Opus Dei com as mulheres.
A jovem, desde pequena, revelou um caráter forte e grande coragem. Era a mais nova de quatro irmãos. Começou seus estudos no Colégio de Nossa Senhora do Pilar, em Tetuán e, depois, em Madri, onde estudou na Faculdade de Ciências Químicas.
No início da Guerra Civil na Espanha, 1936, seu pai foi preso e condenado à morte, após um julgamento sumário. Apesar da grande dor pela perda do pai, teve que fugir com a sua mãe de Madri.
Com o passar dos anos, transferiu-se para o México, onde manteve contato com várias pessoas procedentes do Partido Republicano, exilados naquele país por causa da Guerra Civil espanhola.
Encontro com Balaguer
Em 1939, após o fim da guerra, Guadalupe voltou para Madri para concluir seus estudos universitários, licenciando-se em Química.
Naquele período, conheceu o fundador do Apostolado do Opus Dei, através do qual compreendeu que Deus a chamava para fazer parte da Obra, mediante o celibato apostólico.
Em 1944, com a idade de 27 anos, Guadalupe seguiu o caminho da santidade, mediante seu trabalho profissional.
Atividades no México
Em 1950, o fundador do Opus Dei propôs-lhe a possibilidade de ir para o México. Ela logo lhe respondeu positivamente e mudou-se com entusiasmo para aquele país. Lá, deu impulso às atividades formativas do Opus Dei, com todo o tipo de pessoas. Entre seus primeiros projetos, destaca-se uma residência para estudantes universitárias na capital mexicana. Guadalupe ocupou-se também, de maneira especial, da formação de mulheres rurais e promoveu um programa de ensino: a escola rural de Montefalco, onde se aprendia a ler e a escrever, mas também a fazer alguns trabalhos manuais.
Últimos dias
Em 1956, Guadalupe deixou o México para colaborar com São Josemaría Escrivá de Balaguer na direção do Opus Dei, em Roma. No entanto, após alguns meses, um problema cardíaco a obrigou a deixar Roma e voltar para Madrid para se tratar. Permanecendo ali, conseguiu o doutorado em Química, tornou-se professora e dirigiu um dos centros do Opus Dei, além da uma intensa atividade profissional.
Tudo isso, apesar do seu estado de saúde precário. De fato, acometida por uma insuficiência respiratória, Guadalupe Ortiz de Landázuri faleceu em 16 de julho de 1975. Seus restos mortais foram trasladados de Pamplona para o Oratório del Caballero de Gracia, em Madri.