Não é segredo que o governo brasileiro estava bastante preocupado com o Sínodo para Pan-Amazônia convocado pelo Papa Francisco, a realizar-se de 6 a 27 de outubro próximo, no Vaticano. Um pequeno grupo de diplomatas conseguiu resolver as dúvidas e divergências entre o governo brasileiro e as autoridades da Igreja Católica responsáveis pelo O Sínodo. O grupo foi composto pelas seguintes pessoas: O Cardeal Claudio Hummes, nomeado pelo Papa Francisco como relator do Sínodo e presidente da Comissão Episcopal especial sobre a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o embaixador Kenneth da Nóbrega, representante do Itamaraty para o diálogo com o Vaticano sobre o evento e o Professor Doutor Alberto Pfeifer, coordenador do grupo de análise de conjuntura internacional da Universidade de São Paulo (USP).
Houve uma quarta pessoa que participou nestes diálogos, a apresentadora Renata Lo Prete, que no programa PAINEL, exibido pela Globo-News, no dia 7 de setembro próximo passado, abriu um espaço para apresentar as preocupações do governo brasileiro com este evento da Igreja Católica, em decorrência da escalada de queimadas e os desmatamentos na região amazônica justamente durante a realização do Sínodo Especial para a pan-Amazônia.
O representante do governo brasileiro, Kenneth da Nóbrega, afirmou que “o governo brasileiro vê o Sínodo da Amazônia como parte da missão pastoral da Igreja Católica e disse que o evento está em conformidade com o acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé que define o estatuto jurídico da Igreja Católica no país”. Nôbrega afirmou também “que o governo brasileiro reconhece o papel histórico da Igreja Católica no país e tem muita apreciação pela opção ativa e constante da Igreja pelos menos favorecidos”.
O representante do governo brasileiro Kenneth da Nóbrega disse que foi ao Vaticano três vezes para resolver os problemas com os interlocutores do Sínodo e o governo brasileiro. Os pontos são: “Se o Sínodo proporia um espaço transnacional de políticas públicas na Amazônia, sobre o conceito de consentimento prévio informado e consulta aos povos indígenas, a ausência de menção à ação do Estado na região nos documentos preparatórios e o conceito de ecologia integral e sua relação com o conceito de desenvolvimento sustentável, adotado pela diplomacia brasileira desde 1992”.
Dom Claudio Hummes esclareceu o papel do Sínodo e afirmou “ser a soberania da Amazônia é um ponto intocável para os bispos brasileiros”. Dom Claudio ressaltou “que o processo do Sínodo começou antes do atual governo, com anúncio de sua realização em outubro de 2017”. O Cardeal relator do Sínodo enfatizou também “que o Sínodo está sendo pensando a partir dos parâmetros constitucionais da liberdade religiosa e dentro do que estabelece o acordo diplomático entre o Brasil e a Santa Sé”.
O Professor Doutor, do grupo de análise de conjuntura internacional da USP disse: “os povos amazônicos precisam estabelecer condições de desenvolvimento econômico social da região sem afetar o equilíbrio ambiental”. O povo brasileiro, sem dúvida, ficou satisfeito que as divergências entre o Brasil e a organização do Sínodo foram amigavelmente resolvidas. Os direitos e responsabilidades de ambos os grupos serão rigorosamente respeitados.
Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista
Fonte: Arquidiocese de Fortaleza.