A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está em fase de finalização de um protocolo que organizará o retorno de seus colaboradores às atividades presenciais de trabalho à sede da entidade no Setor de Embaixadas Sul, informou o subsecretário adjunto geral da entidade, padre Dirceu de Oliveira Medeiros. “Não é retomada porque a CNBB não parou, trata-se de uma retomada presencial que será feita em ondas, sempre considerando uma aferição gradativa da realidade de acordo com a evolução da pandemia”, explicou.
Segundo o padre, duas linhas vêm orientando a atuação do Gabinete de Crise, criado pelo secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, desde quando se instalou a pandemia no país. “A primeira delas, é a da preocupação com a vida e com a saúde dos colaboradores. Não os submetemos a tarefas perigosas como o deslocamento de transporte público de suas casas até à sede. Adotamos o teletrabalho, o banco de horas e antecipamos férias com esta preocupação de preservar a vida. Outra medida foi preservar o emprego e o trabalho. Nisto, usamos também a medida provisória nº 936 que contemplou redução de jornada e de salários. A segunda linha está sendo a preocupação com a saúde financeira e a sustentabilidade da CNBB. Elas estão estritamente ligadas uma à outra”, apontou.
O Gabinete de Crise da CNBB reúne-se, com muita frequência, para mensurar a realidade, avaliar as movimentações e alterações no quadro da pandemia e o contexto vivido no Brasil e em Brasília. “É partir disto que estamos traçando este protocolo que está em fase de finalização. Vamos trabalhar com ele na perspectiva de que pode ser alterado a cada momento de acordo com a situação externa, que é muito instável e cambiante”, afirmou.
Nesta retomada ao trabalho presencial à sede da CNBB, o subsecretário adjunto geral da CNBB informa que serão convocados, num primeiro momento, somente os colaboradores de estrita necessidade e que muitos poderão ser mantidos em regime de teletrabalho. “A pandemia trouxe para nós a percepção de que é possível trabalhar de um modo novo, com um novo modus operandi. Percebemos que é possível realizar trabalhos e atividades à distância com a mesma celeridade e competência, atendendo às necessidades da instituição”, disse.
Na avaliação do padre Dirceu, o trabalho à distância evita uma série de inconvenientes, como o transporte e a necessidade de deslocamento de casa ao trabalho e uma série de impactos ambientais, como a produção de poluição. “Não apenas a CNBB, mas todo setor empresarial e de negócios entendeu que esta forma de trabalho é tão eficaz, em algumas áreas, quanto presencial. “Descobrimos que gastamos muita energia desnecessariamente, que o trabalho virtual é tão competente e responde tão bem às necessidades das empresas e instituições quanto o presencial”, comparou.
O Protocolo e o “novo” normal
Hoje, 14 de julho, aconteceu uma reunião com os colaboradores que estão em trabalho presencial na sede da CNBB. O que está já sendo vivido como experiência de cuidado deste grupo, um reduzido número de colaboradores da CNBB que está atuando na segurança, recepção e apoio na cozinha, limpeza e conservação, será considerado no protocolo de retorno ao trabalho a ser aplicado aos demais que retornarem às atividades no prédio da entidade.
As medidas asseguram que os trabalhadores não usem transporte público da casa até o trabalho. Nas entradas da sede, foi adotado o uso de tapetes sanitizantes, para higienizar os calçados e também foi implantada aferição da temperatura diária. Todos os que estão trabalhando na sede foram e serão testados. “Na sede temos procurado seguir as orientações médico-sanitárias, priorizando a vida e preservando a saúde dos colaboradores, especialmente daqueles que, por função da natureza de seu trabalho, precisam estar no espaço físico para realizá-lo”, disse.
Antes do retorno presencial ao trabalho está prevista uma higienização e desinfecção no prédio da CNBB, por meio da contratação de uma empresa, e também um treinamento virtual com todos os colaboradores para aplicação correta do que prevê o protocolo. O padre Dirceu destaca ainda que, sistematicamente, estão sendo feitas reuniões, em regime remoto, com os coordenadores de setores da CNBB, para acompanhar os trabalhos e manter a unidade do grupo.
O subsecretário adjunto geral da CNBB vem pautando a gestão da entidade na pandemia de forma a dar mais leveza à instituição e também na busca pela “exemplariedade” nas ações conforme vem, insistentemente, orientando o presidente da conferência, o arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo. “Temos feito um grande esforço para que a condução deste processo priorize a vida e que a nossa atitude seja exemplar no sentido de ser um testemunho para a toda a Igreja no Brasil”, concluiu.