No quinto aniversário de Pontificado de Francisco, o Secretário de Estado, Pietro Parolin, define ao Vatican News as três principais características do Magistério. Confira o vídeo e a entrevista exclusiva do colaborador mais direto do Pontífice.
Luca Collodi, Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
No quinto aniversário de Pontificado do Papa Francisco, Vatican News apresenta uma entrevista com o cardeal Secretário de Estado. Nomeado pelo Pontífice 6 meses após a sua eleição, Pietro Parolin é o colaborador mais direto do Papa e o mais jovem ‘primeiro ministro’ do Vaticano do pós-guerra.
“Passaram-se cinco anos… de maneira muito rápida, no ritmo de tantos eventos alegres e tristes. A verdade é que a eleição de um Papa e seu Ministério são sempre um dom para a Igreja e para a humanidade e cuja dimensão espiritual deve ser considerada, avaliada e lida à luz da fé e da ação da Providência. Este aniversário nos faz pensar nos aspectos mais característicos do Magistério e da ação do Papa Francisco”.
O que mais impressiona Dom Pietro Parolin é que todos os documentos de Francisco, ou os mais importantes, como Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia e Laudato Sì’ , evocam sempre a alegria. Ele define as três linhas mais marcantes do Pontificado, a seu ver:
Alegria, anúncio e evangelização
“O louvor que surge da alegria de uma alma repleta de letícia. Outra diretriz do Pontificado de Francisco é a misericórdia; o amor pessoal e total que Deus tem por cada uma de suas criaturas e, por outro lado, a alegria de comunicar aos outros a Boa Nova do Evangelho. O fato de anunciar e levar aos outros o anúncio da salvação de Jesus se torna fonte de alegria para quem o recebe, mas também para quem a anuncia. É uma alegria comum. A terceira linha, portanto, me parece ser a evangelização: a Igreja em saída que leva o Evangelho a todas as criaturas”.
Críticas construtivas ou ‘maldosas’?
Vatican News questionou o cardeal Parolin sobre como reagir às críticas feitas ao Papa Francesco de dentro e de fora do ‘povo de Deus’. Para o Secretário de Estado, ao defender uma ‘Igreja em caminho’, que não fique estagnada e não se apegue ao princípio do ‘foi sempre feito assim’ (como diz na Evangelii Gaudium) Francisco requer uma maior fidelidade da Igreja à sua natureza de povo de Deus e corpo de Cristo e a uma maior eficácia em sua missão evangelizadora.
“Provavelmente, sem julgar ninguém, é precisamente este dinamismo que o Papa imprimiu e quer imprimir na Igreja que desperta juízos diferentes, contrastantes e por vezes, opostos. Em certo sentido, todos os Pontificados foram alvo de críticas, não?”.
O cardeal faz a distinção entre as críticas destrutivas, agressivas e realmente maldosas das críticas construtivas.
“Existem modos diferentes de responder a estes dois tipos de críticas. As agressivas devem ser aceitas ‘in cruce’ e consideradas como parte da coroa de espinhos que todos devemos carregar, principalmente aqueles que têm responsabilidades na Igreja e portanto, um papel público.
“Em relação às críticas positivas, devem ser levadas em conta porque podem ajudar, conduzir a um aperfeiçoamento do serviço. Estas nascem de uma atitude de amor e visam a construção da comunhão na Igreja, auxiliam o Papa a melhorar o exercício de seu Magistério e Ministério em favor de toda a Igreja”.
Ad multos annos, Santo Padre
“Faço votos que o Senhor lhe dê vida, saúde, força e coragem para continuar a liderar a Igreja. E concluo com palavras de uma antiga oração: “Deus conservet eum et vivificet eum” – “Que o conserve e lhe dê sempre força e vigor”. Todos parabenizamos o Santo Padre. Ad multos annos, Santo Padre!”.