Campanha contra à liberação de agrotóxicos por drones

 

A Carítas Brasileira do Ceará está em campanha contra a liberação do uso de agrotóxicos por drones. Além do Organismo a Diocese de Limoieiro do Norte em nota, se opõe ao uso.

Muitos estudos alertam para a relação entre pulverização aérea de agrotóxicos, contaminação ambiental e doenças, em particular surgimento cânceres (Atlas dos Agrotóxicos da Fundação Heinrich Böll, 2024; Dossiê Danos dos Agrotóxicos na Saúde Reprodutiva, da Abrasco, 2024; Dossiê Um Alerta Sobre Os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde, da Abrasco, 2015). Além disso, geram grandes impactos no meio ambiente, como contaminação da terra, das águas, das plantações de pequenos agricultores, mortandade de abelhas e outros animais essenciais para a biodiversidade.

A Carítas afirma em sua rede social:

É assustador os números de intoxicações por agrotóxico no Brasil e no mundo. O Ceará e o Brasil precisam caminhar para frente, avançando na transição agroecológica e reduzindo o uso de veneno, inclusive para combater as emergências e mudanças climáticas.

Uso de # para ampliar o engajamento da Campanha:
#NãoAosDronesDaMorte #AgrotóxicoMata #ChuvaDeVenenoNuncaMais

*A Diocese de Limoeiro do Norte manifestou sua preocupação com a tramitação acelerada de um projeto de lei que autoriza a pulverização aérea de agrotóxicos por drones no Ceará. O projeto, que enfraquece a Lei Zé Maria do Tomé – legislação estadual que proíbe essa prática e já foi declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal – é visto como uma ameaça à saúde pública e ao meio ambiente, especialmente na Chapada do Apodi.

A Diocese alerta que a liberação da pulverização aérea de agrotóxicos coloca em risco a vida da população que está em situação já crítica. Pesquisas de instituições como Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontam que a prática está associada ao aumento de casos de câncer, abortos e malformações fetais, além de danos irreversíveis ao meio ambiente. Em nota Diocese destaca os riscos sociais envolvidos, como o uso de agrotóxicos em conflitos fundiários. Há relatos em outros estados, como o Maranhão, de que essa prática foi utilizada como arma química contra populações tradicionais.

É preciso que as comunidades locais e os especialistas sejam ouvidos antes de qualquer decisão, garantindo um debate transparente e ético“, afirma o texto, que cita ainda as diretrizes da Encíclica Laudato Si do Papa Francisco.

O Bispo de Limoeiro do Norte, Dom André Vital Félix da Silva, faz um apelo ao governador Elmano de Freitas e à Assembleia Legislativa do Ceará para que priorizem a vida e o meio ambiente. Segundo a Diocese, o projeto não beneficia a população como um todo, mas sim setores restritos que lucram com o uso intensivo de agrotóxicos, ignorando os impactos sobre a saúde coletiva e o ecossistema.

A nota também lembra o compromisso da Campanha da Fraternidade 2025, que destaca a ecologia integral como princípio ético. “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), lema da campanha, serve como um chamado à responsabilidade de cuidar da Casa Comum e preservar a dignidade da vida em todas as suas formas.

Com essa manifestação, a Diocese de Limoeiro do Norte reafirma sua posição firme contra a flexibilização de políticas ambientais e convida a sociedade cearense a se engajar na defesa do meio ambiente e da saúde pública.

Confira a nota na íntegra: https://cepastcnbb.org.br/wp-content/uploads/2024/12/NOTA-DIOCESE-DE-LIMOEIRO.pdf
*Texto publicado originalmente no site Folha do Vale

Material para ajudar na divulgação: