A Comissão de estudos é coordenada pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB. Ele falou, na Entrevista Coletiva desta quarta-feira, 11 de abril a respeito da razão que levou os bispos a escolherem essa temática: “a Congregação do Clero publicou um documento, a Ratio Fundamentalis, para a formação do Clero em termos universais. E temos o Magistério recente da Igreja. A partir desses elementos, foi pedido que atualizássemos as nossas Diretrizes”.
O texto
Organizado em três partes, o texto que os bispos usam para reflexão e aprofundamento do tema trata de coordenadas gerais para a formação dos padres e, em sintonia com as Diretrizes já existentes, traz dois capítulos de grande importância explorando as necessidades, objetivos e orientações para o tempo que os candidatos ao sacerdócio passam nos seminários, o que é chamado de “formação inicial” e o tema da “formação permanente” no qual se considera a contínua necessidade de maior compreensão dos padres diante da vida humana, da história e da cultura.
Cardeal Sergio da Rocha, em entrevista concedida na semana passada à Secretaria de Comunicação da Santa Sé, ao se referir ao tema central desta assembleia recordou: “A Igreja tem trabalhado com vários aspectos da formação. Quando nós falamos de formação integral é porque não falamos apenas dos estudos. Tem gente que pensa, às vezes, na formação dos estudos. É claro que eles merecem uma atenção na formação dos presbíteros, mas não bastam os estudos. Eles são importantíssimos, mas temos a formação humano-afetiva, formação espiritual, formação comunitária, formação pastoral. São os vários aspectos da formação que nos seminários, nós estamos trabalhando cada vez mais, mas depois de ordenados é preciso cultivar”.
Formação permanente
No Documento da Santa Sé, citado por dom Jaime Spengler, a Ratio Fundamentalis, há uma recomendação importante: “É importante que os fiéis possam encontrar sacerdotes adequadamente maduros e formados: de fato, a este dever ‘corresponde um preciso direito dos fiéis sobre os quais recaem, positivamente, os efeitos da boa formação e da santidade dos sacerdotes’. A formação permanente deve ser concreta, isto é, encarnada na realidade presbiteral, de maneira que todos os presbíteros possam, efetivamente, assumi-a, atendendo a que o primeiro e principal responsável pela formação permanente é o próprio sacerdote” (n.344).
Dom Jaime, em entrevista concedida ao Portal Canção Nova, afirmou que os novos presbíteros a serem buscados pela Igreja no Brasil precisa ter as seguintes características: “Homens verdadeiramente apaixonados pelo Evangelho do crucificado/ressuscitado, homens entusiasmados pela proposta do Reino e por isso capazes de se lançar generosamente no trabalho apostólico”.