O arcebispo emérito de Manaus (AM) dom Luiz Soares Vieira presidiu a Celebração Eucarística desta sexta-feira (13), no Altar Central do Santuário Nacional de Aparecida (SP), que abriu as atividades deste terceiro dia da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Antes de iniciar a Santa Missa, dom Luiz Soares saudou os bispos de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes e o emérito de Juiz de Fora (MG), Eurico dos Santos Veloso pelo aniversário natalício e lembrou do falecimento do padre redentorista Guilherme Tracy, que durante sua vida sacerdotal trabalhou no combate ao alcoolismo de sacerdotes, seminaristas e religiosos.
Em sua homilia, o bispo fez um questionamento: ‘O que será que Deus quer dizer pra mim?’. Ele apontou que a liturgia de hoje oferece pistas de vida cristã e de exercício do ministério episcopal dignas de muita atenção. “A leitura tirada dos Atos dos Apóstolos destaca a figura de um homem capaz de discernir com clareza clara sábia os caminhos de Deus”, afirmou.
O bispo lembrou o que o país vive uma época de enormes mudanças, de violentas crises, do desaparecimento das utopias e de profundas mudanças morais, éticas e religiosas. “O documento de Aparecida classifica nossos tempos como mudança de época. E a gente começa a se perguntar: para onde caminha a humanidade? Como será a sociedade do futuro? Qual modo de evangelização teremos que nos propor? É sem dúvidas o momento de invocar o Espírito Santo para discernir quais são os caminhos de Deus para sua Igreja no Brasil”, destacou.
Dom Luiz Soares fez ainda uma reflexão em relação a sobre a vida dos bispos como pastores do povo de Deus. Ele disse que na vida episcopal os bispos enfrentam muitas tentações que os seduzem com propostas contrárias a missão. Uma delas é o poder visto como dominação. “Nos é proposto sermos os donos da diocese como se o único Senhor não fora Jesus. É terrível esquecer que o dono de nossas dioceses se ajoelhou para lavar os pés dos seus discípulos e se entregou à morte da cruz por todos nós. Somos servidores da Igreja, nada mais do que isso”, colocou.
Afirmou ainda que outra tentação é o dinheiro, os bens materiais. Destacou que Jesus mesmo sendo infinitamente rico se fez pobre para enriquecer a todos e questionou: ‘O que adianta uma diocese rica em bens materiais no meio de uma imensidão de pobres?’ Concluindo disse que a terceira tentação é o egocentrismo, a procura de honras, a vaidade e a busca de protagonismo. “Triste figura de servidor de Jesus se apresenta orgulho. Graças a Deus nosso episcopado é constituído de homens que venceram e vencem essas tentações”, acrescentou.
“Nós bispos eméritos chegamos a idade da sabedoria que não é desencanto com a vida, mas sim ver claramente o que é de Deus. O entardecer da existência nos faz ver que Deus só Ele é a ração do ser cristão e do agir episcopal”, disse. Finalizando sua reflexão, dom Luiz Soares pediu a intercessão de Nossa Senhora Aparecida a Jesus para que Ele ajude os bispos a ter discernimento para viver a vocação episcopal como serviço. “Nada além de serviço”, concluiu.
Hoje no Brasil são 173 bispos eméritos e 38 deles participam da 56ª Assembleia Geral da CNBB.