Hoje, 28 de junho, a Igreja Católica celebra a Festa de São Pedroe de São Paulo, apóstolos. A liturgia romana sempre reuniu os dois apóstolos Pedro e Paulo numa só solenidade, por considera-los os fundadores da Igreja de Roma. Tendo os dois recebidos o martírio na perseguição de Nero, a tradição os identificou também no dia de sua morte que ocorreu no dia 29 de junho. Este ano de 2015, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasilcoma autorização das Santa Sé, está celebrando a festa no domingo dia 28, para deixar mais pessoas participar nas solenidades. Aqui no Brasil esta festa é também popularmente chamada o Dia do Papa que é o sucessor de Pedro. De Pedro a Francisco tivemos 2658 papas. Porém, é importante lembrar que ao lado de Pedro estamos celebrando também o grande missionário São Paulo.
Em Mateus 16, 18 encontramos Cristo dizendo: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja…”. Geralmente estas palavras significam que Pedro é a sólida rocha sobre a qual foi edificada a Igreja, mas esta não é a única interpretação da frase. Há outros textos no Novo Testamento que nos dizem claramente que a “rocha” que Deus pôs como fundamento da Igreja é o próprio Cristo (cf. Armellini, em Celebrando a Palavra, 2001, p. 98). Nossos pensamentos hoje vão para Roma, a Cidade Eterna e, de uma maneira especial, vamos lembrar em nossas orações do nosso querido Papa Francisco dirigindo a Igreja em um dos momentos mais difíceis de sua longa história.
Pedro e Paulo são considerados “colunas da Igreja”: Pedro recordando mais a instituição; Paulo, o carisma e a pastoral. Exerceram atividades bastante diferentes em campos diferentes. Nem sempre concordaram um com o outro. Porém, “O amor de Cristo e a força do testemunho os uniram na vida e no martírio. Em ambos, quer na vida, quer no martírio, prolongam-se a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo”. (cf.Bortolini, em Roteiros Homiléticos, 2007, p. 756). Pedro e Paulo representam duas dimensões da vocação apostólica, diferentes, mas complementares. “As duas foram necessárias, para que pudéssemos comemorar hoje os fundadores da Igreja universal.Esta complementariedade dos carismos de Pedro e Paulo continua atual na Igreja hoje: a responsabilidade institucional e a criatividade missionária (cf. Konings, Liturgia Dominical, 2003, p. 4909).
Não há dúvida, a experiência de Pedro e Paulo com Jesus mudou de uma maneira extraordinária as vidas desses dois santos. “Pedro, fundamento e sinal visível nos seus sucessores da comunhão na fé, na caridade e na unidade. Paulo, intrépido evangelizador, grande missionário de todos os tempos, que justamente com Pedro propaga o Evangelho até o derramar do sangue, regando assim a Terra para que essa pudesse gerar muitos frutos”. Hoje podemos nos considerar um desses frutos, pois a pregação do Evangelho chegou até nós, e em comunhão com o Papa Francisco podem, a exemplo dos nossos dois santos, continuar a missão de anunciar a Boa-Nova a todas as criaturas. (Cf. García Paredes, em A Liturgia da Palavra Comentada, 2011, p. 545). Neste dia somos chamados a tomar consciência de que Deus nos envia para testemunhar o seu Reino: vivendo na unidade da fé;evangelizando na realidade em que vivemos, superando os obstáculos e reaviando a esperança de que um mundo diferente será possível através da vivência da paz evangélica.
A tradição afirma que em Roma Pedro sofreu o martírio durante o reinado de Nero e que “foi crucificado com a cabeça para baixo” (Orígenes) na colina do Vaticano provavelmente em 64. Aí se construiu a basílica constantiniana e posteriormente a atual basílica de São Pedro. Paulo é, antes de tudo, um pregador do “querigma apostólico”, proclamação de Cristo crucificado e ressuscitado conforma as Escrituras.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1