Por: CNBB Nacional
“Eu chego para esta conversa com o coração cheio de gratidão. Quando o coração da gente é grato e encontra razões para a gratidão, o mistério do coração de Deus transborda” – Com essas palavras o arcebispo de Belo Horizontes e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira Azevedo, deu início ao seu diálogo com os jornalistas na última coletiva de imprensa da 58 ª Assembleia Geral do episcopado brasileiro nesta sexta-feira, 16 de abril. Durante sua fala, o presidente da Conferência fez um balanço geral das principais implicações do evento que pela primeira vez aconteceu de forma virtual.
“Realizamos a 58ª Assembleia Geral da CNBB. Não foi um congresso de cientistas, nem de politólogos, nem de especialistas desta ou daquela área. Foi um encontro de pastores e servidores do Povo de Deus. Fizemos um caminho em quatro dias e meio com muita qualidade. A pauta foi extensa e nós a cumprimos com partilhas, discussões, debates e decisões importantes tomadas”, declarou dom Walmor.
Um olhar para a Igreja e o mundo
De acordo com o bispo, a Assembleia Geral é uma oportunidade de um olhar aprofundado para a Igreja e para o mundo. “Uma assembleia tem a tarefa de olhar a si mesma. Não para parar em si mesma, mas para rever seus caminhos e encontrar novas respostas. Por isso a Assembleia foi um olhar para nós mesmos, para nosso caminho como Igreja, evangelização e compromisso de proclamar a Palavra de Deus. Também uma experiência de lançar um olhar sobre o mundo, e nos encontrarmos em nossas forças e fragilidades e ao mesmo tempo intuímos caminhos de novas respostas. Com esse olhar damos conta de que estamos num mundo sofrido e de feridas expostas e que nós como Igreja, no coração do mundo pelo mandato de Jesus Ressuscitado, precisamos nos debruçar diante dessas feridas e cuidar delas, em cada pessoa do tecido da sociedade brasileira”, disse.
Para dom Walmor a palavra da Igreja precisa ser clara e fortalecer o compromisso missionário, evangelizador e ajudar o mundo a abrir-se ao amor de Deus. “Uma Assembleia Geral não é apenas do ponto de vista estatutário o momento mais importante da vida da CNBB, que reúne todos os primeiros servidores da Igreja no Brasil, é também um momento alto de experiência espiritual. Somos nós como Igreja em um mundo sofrido, colocando um pilar de esperança para reacender nele um farol e assim apontar caminhos novos para o nosso mundo”, afirmou.
Abertura ao diálogo
Dom Walmor encerrou a sua participação na coletiva dizendo que a Assembleia Geral foi à luz da Palavra de Deus, do compromisso com a vida, um pilar de esperança para fazer luzir um grande farol iluminando o caminho da nossa vida. “Nós como Igreja Católica no Brasil estamos a serviço da vida, dos pobres, dos sofredores, e da construção de uma sociedade mais justa e solidária. É preciso agora abandonar as polarizações que empurram em direção ao caos e que não levam a absolutamente nada. O novo que nós precisamos em todas as dimensões vem do amor. O Evangelho é a semeadura do amor. Por isso convocamos a todos para muito diálogo, em todas as instâncias, para que o diálogo ajude a abrir mentes, a alargar corações e a trazer novas luzes para um novo tempo. A Igreja é perita nesta experiência humana do diálogo, porque o Evangelho é diálogo”, concluiu.