Papa Francisco nomeia dom Gregório Ben Lâmed Paixão como novo arcebispo de Fortaleza

O Papa Francisco acolheu, nesta quarta-feira, (11), o pedido de renúncia de dom José Antonio Aparecido Tosi Marques como arcebispo de Fortaleza (CE) em razão de ter completado 75 anos, conforme previsto no Direito Canônico. No mesmo ato, o Santo Padre nomeou dom Gregório Ben Lâmed Paixão, atualmente bispo de Petrópolis (RJ), como arcebispo para a arquidiocese de Fortaleza.

A CNBB enviou agradecimento a dom José Antonio Aparecido Tosi Marques e saudação a dom Gregório Paixão  pela nova missão que lhe foi conferida.

Saudação a Dom Gregório Paixão

 

Estimado irmão, Dom Gregório Ben Lâmed Paixão,

Com alegria, recebemos a notícia de sua nomeação como novo arcebispo da arquidiocese de Fortaleza (CE). Expressamos os parabéns e o desejo de um frutuoso ministério no seu retorno à sua região de origem, o Nordeste, e ao regional Nordeste 1 da CNBB.

Ao saudá-lo, recordamos as palavras do Papa Francisco expressas no vídeo com a intenção de oração pelo Sínodo para o mês de outubro, onde o Pontífice confia à Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa:

“Através da oração e do discernimento, o Espírito Santo nos ajuda a realizar o ‘apostolado do ouvido’, ou seja, escutar com os ouvidos de Deus para poder falar com a palavra de Deus. E assim nos aproximarmos do coração de Cristo, do qual brota nossa missão, e da voz que atrai para Ele. Uma voz que nos revela o centro da missão, que é chegar a todos, buscar a todos, acolher a todos, envolver a todos, sem excluir ninguém.”

Que Nossa Senhora da Assunção, padroeira de Fortaleza, interceda para que toda esta parcela da Igreja seja um sinal fecundo da presença de Deus no meio de nós.

Em Cristo,

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Goiânia (GO)
Primeiro vice-presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife (PE)
Segundo vice-presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo auxiliar de Brasília (DF)
Secretário-geral da CNBB

 

Trajetória eclesial de dom Gregório Paixão

Dom Gregório nasceu em Aracaju, Sergipe, em 03 de novembro de 1964. Seus estudos de Filosofia e Teologia foram feitos na Escola da Congregação Beneditina do Brasil entre os anos de 1987 e 1992. Foi ordenado presbítero em 21 de março de 1993 na cidade de Salvador (BA) onde treze anos mais tarde foi nomeado bispo auxiliar daquela arquidiocese pelo Papa Bento XVI. Sua ordenação episcopal aconteceu em 29 de julho de 2006 e desde o dia 10 de outubro de 2012 é o bispo da diocese de Petrópolis (RJ).

Antes do episcopado, dom Gregório lecionou diversas disciplinas na faculdade São Bento na Bahia e ministrou cursos ligados à área de Antropologia, Sociologia e Teologia em diversas universidades brasileiras. No Mosteiro de São Bento da Bahia, exerceu quase todos os ofícios monásticos. Foi diretor do Colégio São Bento (2000-2005) e da Faculdade São Bento da Bahia (2005-2006). Também dirigiu a Revista Análise e Síntese (2002-2006). É doutor em Antropologia Cultural pela Universidade Aberta de Amsterdã, nos Países Baixos.

Já como bispo, realizou os seguintes serviços: bispo auxiliar de Salvador (BA), de 2006 a 2012; bispo referencial da Conferência dos Religiosos do Brasil (BA/SE), de 2007 a 2011; secretário do regional Nordeste 3 (BA/SE), de 2007 a 2012; membro da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação Social, de 2007 a 2011; diretor social da Fundação Dom Avelar, de 2006 a 2012; membro Titular do Conselho de Cultura do Estado da Bahia, de 2007 a 2012; membro titular do Instituto Feminino da Bahia, de 2004 a 2012; membro do Conselho Arquidiocesano de Bens Culturais e Arte Sacra, de 2007 a 2008; desde 2009 é membro do Repertório Internacional da Iconografia Mundial Titular do RIdIM/Brasil; desde 2012 é membro da Comissão para o Tratado Brasil-Santa Sé; e desde 2013 é o bispo referencial para a Pastoral da Educação e Cultura do regional Leste 1 da CNBB. Atualmente, foi eleito vice-presidente do regional Leste 1 da CNBB.

O bispo de Petrópolis possui ainda vários livros lançados, tais como: São Bento. Um Mestre para o Novo Tempo (1996); Para Rezar com os Anjos (1997); A Vida Monástica e o Terceiro Milênio (1998); “Homo Digitalis”. Pros y contra de uma Antropologia de La Técnica en El Umbral Del Nuevo Milênio (1998); Cem Fábulas de La Fontaine (2001); Como Ensinar o seu filho a Estudar (2001); Benedetto. L’Eredità Artística, publicado na Itália (2007); Benediktiner und Kunst in Brasilian. Kultur und Geschichte eines europäischen Erbes, publicado na Alemanha (2007); Terço dos Homens. Manual Completo e Explicativo (2007); Os Beneditinos e a Arte no Brasil (2007); O Livro de Jonas (2008); Dietário (1582-1815) do Mosteiro de São Bento da Bahia: Edição Diplomática (2009); O Mosteiro de São Bento da Bahia (2011).

Na 60ª Assembleia Geral da CNBB, de 18 a 28 de abril de 2023, foi eleito para presidir a Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação par ao quadriênio 2023-2027.

 

Agradecimento a dom José Antonio Aparecido

 

Estimado irmão, Dom José Antonio Aparecido Tosi,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta gratidão pela beleza expressa em seu ministério episcopal e, sobretudo, por sua vida doada à Igreja no Brasil, especialmente, sua presença no nordeste do país, atuando nos regionais Nordeste 3 e Nordeste 1 da CNBB, no qual exerceu, de 2007 a 2011, o mandato de presidente.

Agradecemos a sua valiosa contribuição, nestes 24 anos de governo episcopal da arquidiocese de Fortaleza (CE), nas muitas iniciativas e realizações, tanto nas ações de pastoreio e evangelização como nas de infraestrutura necessárias para o trabalho pastoral. Entre as quais destacamos, o incentivo à participação do povo de Deus nos conselhos Episcopal, Presbiteral, Pastoral e Econômico, do Colégio de Consultores e das assembleias arquidiocesanas e fóruns dos movimentos eclesiais e o seu esforço permanente na condução da formação de leigos, seminaristas e presbíteros.

Destacamos ainda a organização da ação pastoral da arquidiocese por meio de planejamentos participativos da Ação Evangelizadora e o apoio à Pastoral do Povo de Rua por meio da doação de uma casa para fortalecer a sua organização e a criação, nestes 24 anos, de 70 paróquias e 5 áreas pastorais.

Que nesta nova fase de seu ministério, o irmão continue servindo com sabedoria e plena consciência de que a emeritude é um momento novo e rico para sua missão não Igreja. Rogamos a Nossa Senhora da Assunção, padroeira da arquidiocese de Fortaleza, que interceda a Cristo pela sua vida.

Em Cristo,

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo de Goiânia (GO)
Primeiro vice-presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo de Olinda e Recife (PE)
Segundo vice-presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo auxiliar de Brasília (DF)
Secretário-geral da CNBB

 

Trajetória de Dom José Antonio Aparecido

Nasceu em Jaú (SP), na diocese de São Carlos, aos 13 de maio de 1948, filho de Antonio Marques de Toledo e de Arminda Tosi Marques. O primeiro dentre cinco filhos e uma filha. Em 1953, a família se transferiu para Barra Bonita (SP).

Foi ordenado diácono a 2 de dezembro de 1973, na catedral de São Carlos Borromeu, em São Carlos; A 8 de dezembro de 1974, na igreja de Santo Antonio, paróquia de São José em Barra Bonita (SP) foi ordenado presbítero.

Foi nomeado pelo então Papa João Paulo II, no dia 10 de julho de 1991, como bispo auxiliar do cardeal Lucas Moreira Neves, arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil. Foi ordenado bispo pelas mãos do mesmo cardeal Lucas Moreira Neves, aos 20 de setembro de 1991, na catedral de São Carlos Borromeu, na cidade e diocese de São Carlos (SP). Sua nomeação para Fortaleza (CE) foi divulgada em 13 de janeiro de 1999.

O bispo é formado no curso técnico de Contabilidade no colégio comercial de Barra Bonita, nos anos 1963 a 1965; Cursou por dois anos os estudos de Magistério, interrompendo-os para o ingresso no seminário menor diocesano de São Carlos em 1966, onde cursou o 2º Ano Clássico e, em 1967, concluiu o 3º Ano Clássico.

Realizou seus estudos Filosóficos no recém fundado seminário maior diocesano de São Carlos, nos anos 1968 a 1970; Residindo no seminário maior Rainha dos Apóstolos, em Curitiba (PR), realizou os estudos Teológicos no “Studium Theologicum Claretianum”, filiado à Universidade Lateranense de Roma, nos anos 1971 a 1974; De outubro de 1977 a março de 1978, fez o curso de Espiritualidade na escola sacerdotal do Movimento dos Focolares, em Frascati, na Itália.

Exerceu sua missão sacerdotal nos seminários diocesanos de São Carlos, como diretor espiritual de 1975 a 1978 e como reitor do mesmo seminário de 1979 a 1986. Lecionou no seminário, de 1975 a 1991, diversas disciplinas: Doutrina Cristã, Espiritualidade, História da Salvação, Introdução à Sagrada Escritura, Lógica, Cosmologia, Ontologia do Ser Vivo, Antropologia Filosófica.

Durante o período de direção do seminário diocesano, auxiliou como vigário paroquial em algumas paróquias: Borborema, Ibaté e Catedral de São Carlos – na Reitoria da Capela do Educandário São Carlos. Neste mesmo período, foi nomeado coordenador diocesano da Pastoral Vocacional e iniciou um acompanhamento dos Movimentos Familiares na Diocese.

No início de 1987, foi nomeado pároco da paróquia de Santo Antonio de Vila Prado em São Carlos, onde permaneceu até sua nomeação episcopal a 10 de julho de 1991. Em 1988 foi nomeado vigário episcopal e coordenador diocesano de Pastoral. Durante seu ministério sacerdotal em São Carlos, participou continuamente dos conselhos de Presbíteros e para Assuntos Econômicos e do Colégio de Consultores. Exerceu a função de defensor do vínculo na câmara auxiliar permanente da diocese de São Carlos ao Tribunal Eclesiástico da Província de Campinas. Desde 1983, foi nomeado cônego do Cabido Diocesano.

Como bispo auxiliar de São Salvador da Bahia, recebeu a nomeação de vigário geral da Arquidiocese desde 1991 a 1999. Foi responsável pela formação sacerdotal e diaconal: acompanhou as equipes de formação dos seminários Propedêutico e Maior, Instituto de Teologia e Escola Diaconal e Pastoral Vocacional, e a formação permanente do clero, de 1991 a 1998.

Exerceu o magistério ensinando no Instituto de Teologia da Universidade Católica do Salvador, diversas disciplinas: Teologia dos Ministérios, Teologia da Espiritualidade, Teologia do Matrimônio, Teologia Pastoral. Foi encarregado de articular e formar em Salvador a Pastoral Familiar a partir de movimentos familiares e coordenação arquidiocesana de Encontros de Preparação para os noivos, de 1992 a 1999.

Também acompanhou os movimentos, associações e serviços eclesiais presentes na arquidiocese (Apostolado da Oração, Associação das Senhoras da Caridade, Comunhão e Libertação, Movimento de Cursilho de Cristandade, Curso sobre a Igreja, Encontro de Casais com Cristo, Encontro do Diálogo, Equipes de Nossa Senhora, Federação das Congregações Marianas, Comunidade de Vida Cristã, Movimento dos Focolares, Legião de Maria, Movimento Apostólico de Schönstatt, Movimento Escalada, Movimento Familiar Cristão, Movimento Serra, Núcleo Noelista de Salvador, Ordem Franciscana Secular, Renovação Carismática Católica, Sociedade São Vicente de Paulo, Oficinas de Oração e Vida, Comunidade Católica Shalom, Comunidade Canção Nova, Fraternidade Missionária Verbo de Vida, Comunidade de Jovens Cristãos, (OPA – Oração pela Arte ), e no acompanhamento e formação dos Leigos, de 1991 a 1999.

Foi responsável na arquidiocese pela Pastoral da Juventude e Pastoral da Criança, de 1991 a 1998. De 1993 a 1999, vigário episcopal para a Pastoral com a responsabilidade de acompanhamento e formação de todas as comissões pastorais na arquidiocese, do Conselho Arquidiocesano de Pastoral e da coordenação da Comissão Central de Pastoral.

A partir de 1996, responsável pela animação do PRNM de preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, com a supervisão das Comissões Pastorais (32) nas exigências “Testemunho, Serviço, Diálogo e Anúncio”. Como bispo auxiliar, foi atuante nos Conselhos Episcopal, Presbiteral, Pastoral e Colégio de Consultores.

No Regional Nordeste 3 da CNBB, que engloba Bahia e Sergipe, assumiu em diversos períodos o acompanhamento especial da Pastoral da Criança, da Pastoral Familiar e da Formação Sacerdotal, Renovação Carismática Católica; e coordenação.

Foi nomeado arcebispo metropolitano de Fortaleza pelo Papa João Paulo II, no dia 13 de janeiro de 1999 e tomou posse em 24 de março de 1999. Foi presidente do regional Nordeste 1 da CNBB, que compreende o Estado do Ceará, para o mandato de 2007 – 2011. Seu lema episcopal é “Fiat Voluntas Tua”, trecho extraído da oração do Pai Nosso, “Seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu”, (MT. 6,10).