No dia 13 de dezembro de 2019 a Igreja Católica celebra a festa de Santa Luzia. “Não há dúvida que Santa Luzia foi uma das santas mais veneradas em toda a antiguidade. Poucas são, contudo, as notícias realmente históricas que chegaram até nós desta mártir siciliana. A narrativa do martírio desta santa, embora não contemporânea aos eventos de sua vida, é antiquíssima. Com certeza foi escrita entre os séculos V e Vl e se refere a documentos de tradições anteriores”. Segundo este documento, Santa Luzia pertencia a uma nobre família cristã de Siracusa, na Itália. Recebeu uma excelente educação cristã e fez um voto de virgindade bastante jovem.. Ficando órfã de pai, sua mãe desejava que Luzia contraísse matrimônio com um jovem de distinta família, mas pagão. Perplexo, Luzia pediu que se fosse concedido um prazo de tempo para melhor amadurecer sua resolução de castidade pela oração. Entretanto, a mãe adoeceu, sem que houvesse esperança de recuperar a saúde. O conselho de Luzia fez uma romaria ao túmulo de Santa Águeda, na cidade de Catânia. “Depois de ter passado algum tempo em oração, Luzia teve uma visão: Apareceu-lhe a mártir Águeda afirmando ‘Tua mãe está restabelecida graças à tua fé”. Luzia encontrou a mãe totalmente curada. Voltaram para Siracusa e aí surgiu novamente a proposta de casamento que ela recusou definitivamente.
Prevendo uma vingança e o martírio, Luzia distribuiu seus bens aos pobres e se preparou para o que viesse com fervorosa oração. O jovem que nutria a esperança de casar com Luzia, tendo notícia da obstinada recusa e do gesto em favor dos pobres, transformou o amor em ódio e denunciou-a perante o governador Pascásio, de dois crimes: de não ter cumprido a palavra e de ser cristã e, portanto, desprezadora dos deuses nacionais. Perante o juiz que lhe intimava a sacrificar aos deuses e manter a palavra do casamento, Luzia respondeu: “Nem um, nem outra coisa farei. Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade”. O processo continuou com ameaças, intimidações, inclusive ela foi levada a lugares de pecado, ao que a santa respondeu firmemente: “Quem vive casta e santamente é templo do Espírito Santo. Sem a minha vontade a virtude nada sofrerá. Podes a força pôr incenso em minhas mãos, para que o ofereça aos ídolos, de nada vale, porque Deus que conhece os corações, não me julgará pelo que fiz coagida. Mesmo que não possa resistir à força, minha virtude receberá dupla coroa”. Aplicaram-lhe horríveis tormentos. Por último foi decapitada. A data de sua morte parece historicamente certa: dia 13 de dezembro de 303. Seu corpo foi transladado para Veneza, onde seu túmulo se encontra até hoje.
(Fontes Principais: Dicionário dos Santos, P. Santidrián e Maria del Carmem Astruga, Editoria Santuário, 2004; Breve Biografia dos Santos, Vo.1, ps. 26/27, Editora Paulus, 2012; Santo do Dia, Dom Servilio Conti, Vozes, 4ª. Ed. Petróplis, 1990.)
