Em balanço divulgado pela coordenação, mais de 250 participantes (chamados delegados) foram inscritos: 83 padres, 30 diáconos, 13 religiosas, 7 seminaristas e 122 leigos (sendo 67 mulheres e 55 homens), além de dois convidados vindos da Arquidiocese de Fortaleza: Padre Manfredo Araújo de Oliveira e Irmã Rosália Alencar.
Os três dias de trabalhos, realizados no Centro de Expansão, em Crato, foram iluminados pela Palavra de Deus, nas Orações do Ofício Divino e nas celebrações da Eucaristia, além das Diretrizes Gerais da Igreja no Brasil (Doc 109 da CNBB) para o próximo quadriênio (2019-2023) e um “Documento Preparatório” com pontos a serem discutidos durante os trabalhos. Ele é fruto de uma longa consulta às lideranças paroquiais, somadas em mais de quatro mil.
“Uma assembleia como essa fortalece aquilo que nos já vínhamos fazendo, mas também nos ajuda a ver o que precisa ser corrigido e melhorado. E que bom quando tudo isso é conduzido pelo Espírito de Deus”, ressaltou o bispo diocesano, Dom Gilberto Pastana.
Também teve lugar na programação dos trabalhos uma análise da atual conjuntura do país, apresentada pelo Padre Manfredo Araújo. A intenção foi ajudar os participantes na compreensão da atual realidade política, econômica e social.
“É importantíssimo para aqueles que trabalham na Pastoral da Igreja de terem uma compreensão mais profunda do projeto de sociedade que está se estabelecendo no Brasil, enquanto a população está descendo a níveis desumanos de vida. Então, isso [analisar a conjuntura] é essencial para a Igreja organizar a sua Pastoral”, afirmou Padre Manfredo.
As reuniões seguiram ainda o método da Igreja na América Latina, que se estrutura em três verbos: “Ver, Julgar e Agir”, na explicação do coordenador diocesano de Pastoral, Padre Vileci Vidal. O primeiro aponta para a realidade social na qual as paróquias estão inseridas. O segundo ajuda a pensá-la, enquanto o terceiro busca soluções. “Tudo isso norteou os trabalhos, sempre seguindo o tema “Venha o Teu Reino, construindo comunidades eclesiais missionárias”, lembrou o padre.
Prioridades Diocesanas
As ações evangelizadoras foram dividas segundo os quatro Pilares apontados no Documento 109 da CNBB: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária, estruturados a partir da concepção da Igreja como “Comunidade Eclesial Missionária”, apresentada com a imagem da “casa”, “construção de Deus” (1Cor 3,9).
Para os próximos quatro anos, essas ações foram escritas com base nos debates realizados nos círculos menores (divididos por forania) e em grupos de participantes (divididos segundo as dez cartas do apóstolo São Paulo). O grupo da Forania 2, por exemplo, insistiu muito nos problemas urbanos, como a violência e a falta de serviços públicos. Já o grupo da Forania 5 concentrou-se na questão catequética, dando ênfase ao acompanhamento da Iniciação à Vida Cristã (IVC).
Outras ações apontaram para formação dos leigos no âmbito da Teologia, da Catequese, da Liturgia e da Doutrina Social da Igreja, o fortalecimento dos Círculos Bíblicos e da Pastoral de Conjunto, por exemplo. Também foi sugerida a criação de equipes diocesanas para acompanharem os trabalhos desenvolvidos à luz dos quatro pilares. Cabe ao Bispo, junto ao Conselho Diocesano de Pastoral, analisar se as indicações são relevantes o suficiente para atender à proposta da Diocese.
A Assembleia de Pastoral é o início de um processo que, iluminado pelo desejo de fazer vir o Reino de Deus, deseja construir comunidades eclesiais, romeiras e missionárias.
“Que essa comunhão se traduza, efetivamente, nas nossas comunidades, para que possamos viver a comunhão verdadeira entre presbíteros, religiosas, leigas e leigos, e, vamos dizer, todo o povo de Deus da Igreja de Crato”, desejou Irmã Cecilia Zanet, da Congregação Franciscanas Missionárias de Cristo, delegada pela Paróquia Nossa Senhora Aparecida, localizada numa área periférica de Crato.