Participam a representante da Rede Jubileu Sul Brasil, Sandra Quintela e o representante do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Luiz Alencar Dalla Costa. A mediação será feita pelo representante da Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara, Eduardo Brasileiro.
Natural da cidade catarinense de Itá, na divisa com o Rio Grande do Sul, atingida pela Usina Hidrelétrica de Itá, no Rio Uruguai, o representante do MAB, Luiz Alencar Dalla Costa, falará sobre a realidade dos atingidos por barragens no país.
“Historicamente muitas populações viviam e vivem, ainda, à beira dos rios, onde tem minério, onde tem floresta. Regiões onde as famílias construíram suas vidas, criavam seus filhos, seja com qual atividade econômica fosse. Eram regiões, com a alta base natural e possibilidade de produção, desperta o interesse das grandes empresas. Com a intervenção do capital, essas regiões passam a ser de exclusão, de exploração. Isso afeta diretamente a vida das pessoas. Esse é o território dos atingidos, onde o ser humano era o sujeito e tinha sua relação com a natureza. Com chegada da exploração, o sujeito é o capital, as empresas, as obras. O ser humano passa ser visto como um objeto a ser descartado”.
A economista, educadora popular e integrante da Coordenação América Latina e Caribe da Rede Jubileu Sul, Sandra Quintela, fala sobre a necessidade de reinvenção da economia.
“É da economia que tiramos nosso sustento material. Desde a terra, desde o territórios vem nossa comida cotidiana. Vem a preservação das florestas, dos rios, dos mares por parte das populações tradicionais. Mas, para a economia de mercado, nada disso importa. É urgente reinventarmos a economia. A atual mata e destrói! Precisamos de uma economia centrada na vida”.
O sociólogo, educador popular e membro da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara, Eduardo Brasileiro, fala sobre a busca de uma nova economia que cuida da pessoas.
“Nós somos corpos econômicos, nosso território é um corpo econômico: produz vida, relações e trocas. A lógica da economia de mercado capitalista desterritorializa-nos, tirando a possibilidade de pensar a força coletiva e a organização econômica a partir do nosso chão. Se soma a isso a predação das nossas terras, entregue a grupos econômicos que dominam, exploram. Estamos em busca da economia que cuida, aprende e partilha a terra. A economia que desenvolve nos territórios alternativas de vida a partir da solidariedade. A economia do bem viver!”.
Com informações da 6ª Semana Social Brasileira